terça-feira, 15 de setembro de 2009

Desejo

Meu coração palpita, o sangue transpassa as minhas veias, e é tanto, que canso.
O sangue quer escorrer por outras partes, quer tocar outros orgãos, encher outros tecidos, mas há sempre de recorrer ao coração, aquele mesmo lugar, para reabastecer e voltar a correr de novo pelas veias.
O que seria do mim, se não houvesse o coração? Meu sangue dali não sairia, não conheceria outros horizontes, não encontraria a liberdade, não me debruçaria em brancos encantos na madrugada.
O tudo é sangue, é o que nos faz viver, um vermelhinho cor de paixão, que só quando encontra o coração, faz-se aparecer.
De que adiantaria também se só houvesse o grande e belo coração? Ele não pulsaria sem o sangue, ele murcharia e morreria, na singela solidão.
É de se concluir então, que não há sangue sem coração, e nem o inverso.

A vida vai nos levando e nela absorvemos coisas. É como se nós fossemos o sangue, que somos levados, e assim absorvemos defesas, anticorpos para enfrentar várias coisas a diante. Paramos no coração, mas não podemos ficar lá para sempre, somente no tempo de observar novamente o mundo, e então embarcar de vez.

Busco dia após dia, enxergar novos horizontes, novos estágios, novos jeitos de alcançar, essa substância que é de encantar. Algo tão grande, tão simples, que não há quem consiga explicar.
Quero alcançar a harmonia de se viver em liberdade, de viver entre surpresas e felicidade, e assim poder avistar um tico disso que chamam de amor, esse vermelhinho cor de paixão, que dizem que se encontra lá: no coração.

Mas o que verdadeiramente desejo, é flutuar. Flutuar pelas nuvens, num dia de sol, ou na calmaria da madrugada. É nessa estação de primavera, que desejo ver florecer tudo que pulsa aqui dentro de mim. Desejo sentir o tudo e só.
Desejo ver o coração se encher de cores, sabores e assim me deparar com a alegria, que é estar sentindo o simples estado de amar.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Vitamina de Abacate


Já madura, quase pronta
Pra ficar meio-a-meio,
Metade dele e a outra anseio...
Não é ainda da minha conta.

Queria que vinhesse adocicada
Mas abacate é preciso ser adoçado
Espero ainda ganhar uma abacate encantada
Com açucar, preu ficar ao seu lado.

Mais como isso não é possível
Terei de ir adoçando lentamente
Essa abacate meia amarga até torná-la irresistível
E assim conviver com ela harmonicamente.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sinestesia [2]

Clarice reflete.
Ela, uma garota de uns bons metros de altura, consegue enxergar longe com seus ótimos óculos. Ela analisa. Na adolescencia tinha idéia revolucionárias, que com o tempo viraram só idéias. Era uma hiperbolítica, se assim posso dizer, sorria pelos cantos encantando gente e não-gente também.
Tinha ela cachinhos característicos, moça linda, nada burra, um amor. Parecia que ela podia ver o mundo através deles, eram loiríssimos e transmitiam luz na forma de energia para todos.
Adora andar pelo bosque, com sua sapatilha vermelha e sua personadade forte, vem trazendo debates e culturas por toda parte.
É apaixonante, por toda parte daquela pele quase morena é amor, que nos chama pra dentro dela, e ali respirar. Respirar amor.
E é numa folha qualquer que ela desenha um castelo amarelo, desenha seu cabelo, seu sol. A luz toda que esta ali contida, aquela alegria que transborda, aquela amizade que transporta.
Clarice assimila as coisas rápido, num piscar, ela já está sabendo, e já pode compartilhar opiniões. Inteligente que só ela, e teimosa que nem sua irmã.
Engraçadíssima, ri das piadas da vida, das críticas e da bondade dos outros, como a dela.Ri também de zoação, no início da raiva, mas ela é boa, muito boa.
Bióloga, geógrafa, cientista, socióloga, inventora de moda, escritora(s), inventora, informaticista, e engenheira de informaticista, ela é de tudo um pouco.
No fim, ela é amor. Tudo se resume nisso, ela é amor, e é tudo que transpira em mim agora, e aos poucos veio se tornando em mim. Todas elas juntas num só ser.

Em ordem:
Lorena, Serafim, Iara, Lívia, Eloah, Yna, Mary, Aninha, Bruna, Brunno, Débora, Léo, Tati, Paula, Nanda, Lucas, Jota, Maíra, Daliana, Toinho, Painho, Gabi, (Uana, Marila),Caio, Mainha, Pedro e Breno.

"You will see how beutiful we can be" (Emilie Simon).[2]

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Harmony fate


SeE, sEe, SEe.

She said: -Encantevole black and white skins.
I think: -Can I explain this for you?
And he screams: -Magnifique!

And in the end I said: -No, I can not explain this. Tudo é.. ... ... ...

Caminham eles lentamente, rebatem-se contra os obstáculos. E no fim, eles se amam.
Nada mais conta além do que a paz. Ninguém poderá entender agora. Quero só escutá-los e enxergá-los. Entendê-los.

Não sei se pensam, se nos entendem, não sei se nos entendemos. Na verdade não sei quem somos nós?

Cada partícula agora merece respeito, na verdade sempre mereceu, mas a unificação começa a cada dia. Devagar, pretendo me unir, compartilhar tudo, compartilhar vida como já me ensinaram.
Nada mais são eles do que vida, do que nós, e pretendo agora me unir a eles, e unir-me a mim.
Agora. Finalmente, fazendo parte desse mundo todo, e de mim. Dessa alícota e infinito que é o mundo.
Pretendo unir-me, e enlaçar-me nele, não mais soltar. Mesmo que nada entenda, como nada entendo agora. Prefiro ao menos encher-me de vida do que flutuar aqui e dizer que nada vivi.

Daqui a uns tempos, serei, serás, seremos.
And..
"You will see how beutiful we can be" (Emilie Simon).

sábado, 7 de março de 2009

Um tico de ótimo bem-estar.

ANTES DE AMAR-TE

Pablo Neruda



"Antes de amar-te, amor, nada era meu:
vacilei pelas ruas e coisas:
nada contava nem tinha nome:
o mundo era do ar que esperava.

E conheci salões cinzentos,
túneis habitados pela lua,
hangares cruéis que se despediam,
perguntas que insistiam na areia.

Tudo estava vazio, morto e mudo,
caído, abandonado e decaído,
tudo era inalienavelmente alheio,
tudo era dos outros e de ninguém,
até que tua beleza e tua pobreza
de dádivas encheram o outono.
"

Obs: Sem textos today, achei esse lindíssimo. Me lembrou Breno, e me lembrou como ele me deixa cada vez mais viva, mais saudável e mais ufa: tranquila.

quinta-feira, 5 de março de 2009

cotidiano

Com 16 anos acumulando informações aqui estamos nós.

Sabemos um pouco do sistema aplicado:
matemática: sn=s1 + 1.(n - 1) .r
química: cadeira aberta/heterogênia/ramificada
física: s= so+vot+at²/2
biologia: reinos: monera, protista, fungi, plantae, animalia.
história: D. pedro I tornou o brasil sede de portugal, e quis deixá-lo com ar de europeu, com isso implantou o banco real, a faculdade de medicina etc
Geografia: O brasil fica localizado na parte ocidental de acordo com o meridiano de greewich, e na sua maior parte sul de acordo com a linha do equador.
Gramática: Oração subordinada substantiva objetiva direta.

Enquanto que na vida real nos deparamos com contas de passagens de ônibus, a química dos fogos de artifícil do são joão, a física ótica de nos divertir escutando o barulho da taça ao passar os dedos por suas bordas. A biologia de ter de cuidar de um animalzinho de estimação, da sua própria planta da varanda, ou de alguma pessoa. A história que temos de enfrentar todos os dias, a história atual, e que mais importante que saber de datas históricas, é saber o porque dessa sociedade estar assim. "Culpa" da revolução industrial? E qual a culpa da colonização? E como seria se não fossemos "descobertos"?
A geografia, de andar pelo estado, sabendo ir de jaboatão até aldeia, de cdu até o ibura. E a gramática de falar "me dá um cigarro" como "pronominais" de Oswald de Andrade.

É ai, informação nos temos, todo mundo tem, de baixa renda ou não. O que difere é somente o tipo de informação, alguns tem mais sobre o trabalho, outros sobre economia, outros sobre gravidez, outros sobre narcotráfico, outros sobre política ou até conhecimento gerais.
A questão não é engolir isso tudo e pronto, ou então pensar, refletir e dizer: aprendi, agora passo no vestibular.
E sim saber usar essas informações no seu dia-a-dia, saber a real importância delas. E como naquele movimento literário do Pau-brasil, é preciso masticar, engolir e ir digerindo as poucos o conhecimento e com isso tira-lo de si adequando a sua realidade.

É impossível enxergar isso?
Saimos por exemplo de ensaio sobre a cegueira chocados, cabesbaixos com bilhões de pensamentos e maneiras de mudar. Olhando tudo, observando o óbvio que nunca tinhamos visto.
E um dia depois, queremos comprar roupas, decorar fórmulas, e coisas do tipo.
Eis o problema, com a enorme quantidade de informações que temos hoje sabemos de tudo, e pior do que não saber é o tipo: ignorar.

Enfim, não quis dizer que não estava inclusa nesse mundo de gente, porque estou. Só quis dar um desabafo que tive hoje, provavelmente amanhã vou estar me preocupando com presente de namorado, num shopping, decorando fórmulas, acessando o computador, e esquecendo de tudo que escrevi hoje ou coisas do tipo.
Enquanto estou tentando escolher um curso pra seguir na vida, tem gente que nem essa opção tem.

Enfim, desabafos amanhã esquecidos.
Onde se ter um papel circulante faz uns viverem em mordomia 5 estrelas, e onde outros vem as estrelas do céu todos os dias sem ter um papel pra por na cabeça.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Capitão Capitalismo

Ele quis um sapato.
Ela um beijo da barraca de beijos.
O senhor um chapéu.
E a senhorita uma lua-de-mel.
Sua avó um maiô de hidrogisnática.
O bebê uma chupeta, carrinho e sua mãe uma plástica.

Ismo, ismo, capitalismo.

Ele virou corredor.
Ela, dentista.
O senhor dançarino.
A senhorita teve um filho.
A vovó foi comprar, e o bebê foi ver sua mãe à gritar: - Ismo, ismo, capitalismo.

Ele correu, ligou a tv e a viu na propaganda, sorridente, nem parecia que tinha perdido uma parente.
O senhor dançou de lamento, a mamãe morreu de botox. O chupeta caiu no cimento, e o bebê chorou pendindo à vovó um fox.

Ismo, ismo, capitalismo.

Porque pra todas as coisa no mundo existem preço, captou?