segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sono

Olho-me no espelho, e vejo algumas marcas no rosto: marcas de estudo de última hora, de fofocas ao telefone, e de saídas que não podiam ser adiadas. Marcas estas, que são de cansaço, de noites mal dormidas; como esta que acabou de passar. Marcas fundas. Como a profundidade que tento viver, intensamente, a pegar cada CDU várzea lotado onde ontem ouvia as histórias de um velhinho simpático.

"Estou com tanto sono..." Parecia ser um pensamento interminável que tomou minha cabeça por esses dias cansativos de provas e idas ao antigo.

No meio de um trabalho, involuntariamente cochilo, fecho os olhos por instantes, que tentam se tornar um momento eterno de descanço. E quando noto, estou a pensar num rapaz que vem me cativando aos poucos, talvez isso me torne um pouco mais simbolista, mais nebulosa, e ao pensar: transcedo. Dizem que quando há amor, ou algo parecido, você por uns instantes foge da realidade e transcede, como um sono, como num sonho, um dormir estando acordado.

Nunca parei pra pensar de onde vinha tal sono,

[mas seja realista menina],

Deve ser somente uma reação daquela dolorida anestesia que tomei ontem de tarde.

Esse sono me vem à cabeça e me derruba aos poucos, logo torno a levantar com esforço, a terminar afazeres que já haviam de ser feitos faz tempo, tanto que nem lembro mais. E é fato que nunca lembro bem das coisas, isso já é rotina. Não se assuste então, se eu lhe perguntar de novo se comprou os benditos ingressos do Coquetel Molotov, ou se a data de ontem foi realmente dia oito.

Não se assuste então, se perguntar como são seus sonhos.


[dizer-te-ei os meus: um sonho amarelo e azul, brasileiro e estrangeiro, como a cor dos fios dos seus cabelos e da sua blusa, posta em um céu azul escuro iluminado por estrelas centrais, contendo certa musicalidade bossa-nova e uma pitada de caretismo, assim mesmo, um sonho sem vergonha e com vergonha.

Mas sinto me informar, talvez ao acordar, esteja tudo em outra cor, como a cor abaixo desses meus olhos, escura; escuro.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Estrela Cadente

Com pressa ela abria os olhos, mas não sabia aonde estava, tinha medo por isso chorava, e chorava. Mãos acolhedoras de alguém familiar lhe pegavam com carinho e a agarravam como se nunca mais fossem soltar. Era a primeira vez que Júlia avistava o mundo, foi saindo daquele imenso mar avermelhado e caindo direto numa desconhecida salinha branca, com um monte de gente querendo um pouquinho daquele pequeno pedaço de beleza.
Sempre observadora, ela prestava atenção em cada detalhe, desde a cor das pipas que passeavam pelo céu, até no bigodinho de leite que ficava no seu rosto de manhã.
Era como se tivesse miopia porque gostava de ver as coisas bem de perto, sem deixar nada escapar. Odiava assistir tv, não conseguia sentir as pessoas, sentia a distância, era como se nada conhecesse, por isso ela sentava na tevê e assistia a vida.
Sempre tentava desvendar aquele bendito truque sem solução que o mágico fazia e ver como de uma hora pra outra aquele leite branquinho se tornava vermelho quando sua mãe jogava o morango na sua sobremesa favorita.
Ela gostava de ver o mar, pois se arrepiava ao sentir a harmonia das ondas, que iam e viam lentamente com seu cheiro de brisa e ao som dos pássaros quando o sol estava indo embora.
Júlia nunca teve a oportunidade de ver uma estrela cadente, mas toda vez que espirrava dizia que uma estrela tinha passado pela sua frente, por isso sempre fazia um pedido: que seus olhos sempre brilhassem.
E de fato brilhavam, pareciam espelhos d'água de puro diamante ou esmeralda. Não importava o instante mas eles reluziam à luz do dia, contantes, contagiantes.
Novamente, com pressa ela abriu os olhos e sabia aonde estava, não tinha medo por isso brilhava. Ondas acolhedoras lhe pegavam com carinho e a agarravam como se nunca mais fossem soltar. Era a última vez que Júlia avistava o mundo, foi saindo daquele imenso lugar de descobertas e caindo direto numa nova salinha desconhecida.
Sempre observadora, ela prestava atenção em cada detalhe. Ela gostava de ver o mar, de sentir a harmonia das ondas, que iam e viam bruscamente. Ela já não sentia mais o cheiro de brisa, já não ouvia mais o som dos pássaros e nem avistava o pôr do sol. Não importava o instante mais seus olhos reluziam à luz da noite, eram belos cintilantes, que afundavam lentamente, como seu corpo caído nas profundezas do oceano. Seus olhos, espelhos d'água já não viam nada, mas continuavam abertos à nos iluminar: à brilhar. Como quando espirramos e vemos uma estrela cadente ao nosso luar.

domingo, 13 de julho de 2008

Amor, então
também acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
Em matéria prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva
ou em rima.

Paulo Leminski

A gente vive numa constante transfiguração e o que era ontem pode não ser mais hoje. Isso não é um problema. O problema é quando a gente faz mal ao outro com toda essa transformação, não sabendo o que realmente queremos. Não sou muito boa de recadinhos, conselhinhos, coisa e tal, o que faço é tentar achar uma paz interior e catar meus amigos no mundo pra ter um pingo de consolo. Aqui vai uma dica: uma xicára de chá e muita música boa, num domingo frio desse, não há muito a se fazer.

E ju: se preocupa não, se não foi é porque não tinha de ser.

amocê,

quinta-feira, 22 de maio de 2008

sinestesia



se
sentido?
se
cheira
sentido?
se
come
sentido?
se
sente
sentido?

se
si
sentir,
com
sentidos
sem
sentido..
sem
[ter tido ou ouvido..
se
sinta
sentindo o
sentido.
sinta-se.
sintaxe.
su.cinta.
si sinta.

então, si nestesia.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Quebra-Cabeça

Naquela sexta parei para pensar e percebi que algo estava estranho [incerto], logo chamei Renato para conversar. O objetivo da conversa era dizer que não estava conseguindo mais ter inspiração. Aquela que quando encontra uma idéia faz a mente da gente borbulhar, como naquele sarau na sétima série do ensino fundamental.

Até que ele me perguntou o porquê daquela dita afirmação, logo parei para refletir, literalmente até hoje.

A chamada inspiração, o borbulho, vem de dentro para fora. Vem de cada ação, de cada pensamento, de cada emoção.

Ela vem da mente humana, onde alguns centímetros podem caber inúmeras dimensões, logo onde alguns estão em Marte e outros em Vênus. E quando cada cabeça se torna um mundo, na verdade somos milhares de autistas, construindo uma mesma realidade e vivendo nela. Onde cada estrela desta [nós] tem seu brilho intensamente equivalente ao da outra, e cada qual possui diferentes caixinhas [no lugar da cabeça], que podem borbulhar a qualquer momento da vida.

Mas na verdade a inspiração, chega de um espirro: do nada. Liberando tudo de uma vez só, esperando que você junto tudo novamente num papel: como em um [Quebra-Cabeça].

ps: fazia tempo que não vinha neste blog, tava esquecido o coitado, vou passar a postar mais agora :}

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

aulas do inglês II

só pra atualizar isso, quero mostrar como a nossa aula de inglês é o máximo:

ju manda: "qualquer coisa eu aviso, pra mim eu tou a qualquer hora esperando né?
Na verdade pode até ser, mas tá tão explícito assim é? saco --'
Ela me odeia "-qr", já tinha superado oks? tsc tsc. "

papéizinhos, papéizinhos que eu guardo com mó amor e carinho. titititititit

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Passos

Fechando os olhos, agora, com muita força passam em minha mente flashes de uma menina, com oito, nove anos de idade e um tampão rosa no olho, cobrindo uma cirurgia. Tinha poucos colegas, amigos de verdade, não sei. Vejo agora ela brincando de dono da rua, recebendo gritos de uma menina que a odiava porque ela não se encaixava nos padrões de beleza, mas essa menina, chamada Iara, tinha piolho, era gordinha e tinha um cabelo de Deus-nos-acuda, que padrões de beleza ela falava?
Quando a conheci, lembro que achei engraçado o jeito dela de andar, que até hoje continua o mesmo. É chutando o chão, varrendo a poeira que ela paira. Lembro também daquelas grandes bochechas rosadas de vergonha ou de raiva. Ah, não podíamos esquecer do "pára minha gente", daqueles chiliques que ela dava quando a gente cantava "quando a gente tem vergonha a bochecha fica rosa, diga o nome de uma flor que é bonita e cheirosa.."Lembro do diário, que era a genda escolar, todo riscado de fatos, saudades, amores e dores ou até de conquistas, sempre tinha alguma lembrança do dia vivido grudado, eram fitas, flores, cartões, notas fiscais.. lembro até do dia em que ela decidiu parar de comer carne, e eu não acreditei e achei absurdo. Logo depois estava eu, adotando o mesmo jeito de viver.
Ah, aquelas cartinhas, que saudade! Tinha uma pequenina que dizia assim:
"Saiba que você é uma pessoa muito especial pra mim, e que faz muita diferença na minha vida, e é por issuh e por outros milhões de motivos que eu possuh te chamar de amiga do peito!
beijos na bu..bu..é bunda mermuh!
by jujubalândia"
Olhando por passado, até que não sinto falta da Jujubalândia, jubiglub, jujuh, july-july.. me sinto muito melhor com a minha Ju, que me transforma, que me liga todos os dias só rpa saber se eu tô bem, que é superpegadora (HAHAHAH), e que quando odeia alguma fala minha vira e diz: - QR UANA?
Por Uana Mahin. Logo logo, mais contos e poesias, fatos e fotos, ficção ou não.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Boratcho [ontem]

má oê!
friozinho na barriga, três garrafas quebradas no chão, uma queimadura de cigarro (Y)
E lá vem strokes, e she wants revenge e justice (8) Aaaah tão bom (A)
enfim, nem queira entender, e não vou ter a página de recados bloqueada só pra amigos, porque nem assim daria certo, ouquei? :T
=*